sábado, julho 26, 2008
AS COISAS TÃO MAIS LINDAS
Entre as coisas mais lindas que eu conheci
Só conheci suas cores belas quando eu te vi
Entre as coisas bem-vindas que já recebi
Eu reconheci minhas cores nelas e então me vi
Está em cima com o céu e o luar
Hora dos dias, semanas, meses, anos, décadas
E séculos, milênios que vão passar
Água-marinha põe estrelas no mar
Praias, baías, braços, cabos, mares, golfos
E penínsulas e oceanos que não vão secar
E as coisas lindas são mais lindas
Quando você está
Hoje você está
Onde você está
As coisas são mais lindas
Porque você está
Onde você está
Hoje você está
Nas coisas tão mais lindas
Nando Reis
quinta-feira, julho 24, 2008
Prazer estético
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A experiência estética decorre numa atmosfera afectiva, pois o ser humano é um ser sensível, captando cognitivamente os objectos que o rodeia através dos seus sentidos, manifestando sentimentos de alegria, de júbilo, de prazer face a estes, quer sejam de origem humana ou natural, valorizando-os afectivamente, atribuindo-lhes valor estético, elevando-os do plano da utilidade para o plano da contemplação estética. Através da contemplação estética o sujeito participa activamente na contemplação do objecto, interpretando-o subjectivamente, criando ou recriando o objecto na sua psique, experimentando prazer estético, por vezes de tal forma intensa, que transcende para um outro cosmos subjectivo, criado pela sua mente, pelos seus sentimentos face ao objecto permanecendo alheio e alterno ao mundo real, no seu heterocosmos.
terça-feira, julho 22, 2008
domingo, julho 20, 2008
Carlos Drumond de Andrade.
Mundo Julia
O mundo tal como é para mim não basta.
E nem sou poeta. Mas lá a minha maneira eu faço arte.
Eu canto, me visto e fico nua com esmalte.
Por isso invento, me reinvento e tento recriá-lo
Esse verso é tolo mas é verdadeiro
Eu tento colori-lo e não entendo porque do céu não caem
chuvas de brilhinhos.
O mundo tal como é pra mim não basta
O mundo, lá dentro do meu é multicor e os superegos inexistentes se visitam
O meu mundo é tal como ele é, em si, tudo maravilha, mesmo com a dor da existência
Mesmo com amores perdidos, mesmo com a falta de não sei de quê, mesmo com medos e reticências. Meu mundo é cheio de dramáticas almodovarianas, que sou eu em muitas
Que sou eu louca, pouco comportada mas não menos romântica.
Meu mundo tem muita energia e emoção.
Sem isso eu não seria eu, nem sei dizer bem como...
por Julia Porto
O Movimento do Mundo.
É imprescindível que alguém esteja atento ao movimento do mundo. É imprescindível que alguém registre esse movimento na forma de uma poesia vital, com densidade suficiente para traduzir, de alguma forma, essa coisa fugidia que é a vida, essa coisa complicada que é o mundo. Não sei até que ponto a poesia traduz o mundo ou até que ponto ela forja um mundo outro. São questões tão antigas, mas é preciso repropô-las sempre. O poeta é aquele que não perde jamais a capacidade de espantar-se com a existência das coisas do mundo? Façamos uma meditação sobre a poesia. O poeta talvez seja aquele que, passado o primeiro espanto, reveste a si mesmo de uma retidão necessária ao exaustivo ofício de dissecar as coisas do mundo.
E como se disseca um mundo? Como separar o mundo em partes, como olhar para cada uma dessas partes separadamente? É necessário que alguém, com muita coragem, diga sobre o mundo aquilo que deve ser dito. E afinal, o que é que deve ser dito? Não se sabe. Cada qual deve descobrir dentro de si uma voz que lhe ensine quais as coisas a dizer sobre o mundo e como dizê-las – uma voz que lhe guie através desse caminho difícil. O mundo é como uma máquina voraz, que abriga coisas tão delicadas. A vida: que é apenas uma gelatina frágil. A vida, que é uma coisa forte, mas que também perece sobre o pontiagudo do mundo.
O poeta pode fechar os olhos para a morte, mas ela é onipresente na poesia. Porque o traço distintivo mais forte das coisas do mundo é o transitório. Estar, e logo depois não estar mais. Ser, e logo depois esfumar-se. Isso não é doloroso? Deve ser, para que se possa sentir o mundo em toda a sua beleza. Esse é o pathós do mundo – as coisas que o povoam não são duráveis. Sabe-se que o mundo é transformação. Por estar farto das transformações do mundo, o ser humano inventou o eterno? A Arte é apaixonada pelo eterno. Mas se vê a toda hora confrontada com o transitório. Sob os pilares desse conflito essencial, construiu-se Arte no Ocidente, desde os antigos. Nietzsche reivindicava uma Arte que rejeitasse a perene discordância entre eterno e transitório, forma e aparência. Uma prática artística baseada no próprio pathós da mutação. Uma Arte de celebração do transitório e de afirmação alegre e incondicional da vida da forma tal como ela se apresenta: quebradiça, dolorosa, múltipla, inconstante e sem sentido. É possível praticar uma poesia que celebre, com alegria, a contínua transformação e a efemeridade das coisas do mundo?
Mas há uma incomunicabilidade. A dificuldade de traduzir a contínua transformação do mundo através da linguagem será o maior desafio para a poesia. A máquina do mundo é hermética e não se abre a qualquer primeira tentativa. Se entre a linguagem e o mundo existe um abismo, então o poeta será aquele que, solitária e laboriosamente, fabrica uma ponte, muito frágil, muito vacilante – um canal que permita traduzir o movimento cego da máquina em linguagem humana. E não será permitido a ele utilizar-se de material alheio – de formas, conceitos, idéias, concepções, modos de julgar e perceber as coisas do mundo que não forem dele próprio. O poeta precisa fabricar o próprio material. Ainda assim, ele será aquele que trabalha sobre a constante ameaça de queda para dentro desse abismo primitivo onde a linguagem não se faz. Um abismo úmido, original, de onde ele mesmo saiu. Apesar de tudo, ele se esforça nesse trabalho ingrato de fabricar uma ponte com o próprio corpo – pois o material adequado para a construção da ponte – da poesia - é aquele que o próprio corpo do poeta fornece: seu susto, seu espanto, seu gozo, seus espasmos, sua dor intolerável de saber-se finito, sua triunfal Alegria de fazer parte, mesmo que por instantes, do infinito movimento do mundo e de poder tocar e degustar as coisas que o mundo tão generosamente lhe oferece.
Aqui, uma completa lição de poesia. A fantástica abertura da máquina do mundo ao poeta e a incompreensível e absurda recusa deste em recebê-la.
terça-feira, julho 15, 2008
A morte nos desenhos infantis
Quem não se lembra da morte da mãe do Bambi? E o rei leão, pai de Simba, tombando no deserto africano? Triste. Tristíssimo. Engrossando a lista um pouco mais recente tem também a mãe de Nemo, que morre junto com todos os peixinhos irmãos dele na hora do nascimento. Ele é único que sobra. Sad, sad, sad.
Um outro desenho que já foi feito e refeito e tem várias versões é "A menina e o porquinho". O desenho mais antigo é lindo e um dos que mais marcou minha infância. Charlotte, a aranha, é a conselheira e melhor amiga do porquinho Wilbur. Ao final do filme ela termina de tecer uma enorme teia brilhante para deixar aos seus filhotes porque sabe que quando eles nasceram é o mesmo momento em que ela terá de partir. Em sua teia ela tece uma mensagem para convencer o fazendeiro a deixar o porquinho morar com sua dona na fazenda.
O porquinho só entende o motivo de sua amiga não estar mais ali quando vê muitas aranhinhas se espalhando pela teia. É o tal "the circle of life", como diz música do Rei Leão.
Alguns desenhos representam bem a existência da morte e das perdas de um modo geral.
The Circle of life
From the day we arrive on the planet
And blinking, step into the sun
There's more to see than can ever be seenMore to do than can ever be done
There's far too much to take in here
More to find than can ever be found
But the sun rolling high
Through the sapphire sky
Keeps great and small on the endless round
It's the Circle of Life
And it moves us all
Through despair and hope
Through faith and love
Till we find our place
On the path unwinding
In the CircleThe Circle of Life
It's the Circle of Life
And it moves us all
Through despair and hope
Through faith and love
Till we find our place
On the path unwinding
In the Circle, The Circle of Life
segunda-feira, julho 14, 2008
INSPIRAÇÃO E OUTRAS MUMUNHAS
Sem inspiração. Nenhuma. Nenhuma gota de de criatividade no horizonte a não ser essas metáforas fracas e previsíveis. Na verdade, de dez textos que eu publico aqui, nove são de outros autores. Quero passar as escrever mais, eu mesma, sem tantas transcrições. Queria me abrir como a escritora Clara Averbuck faz no blog dela, embora eu sequer seja escritora. Sou blogueira. Como diria a Clara em recente entrevista na Revista O Globo, há um equívoco. Escritores podem ser blogueiros, mas nem todo blogueiro é escritor.
Dizem que pra escrever bem é preciso ler muito. E outro dia lembrei que não tenho lido quase nenhum livro. A ficha caiu porque fui ao oftalmologista e ela perguntou se pra ler minha visão estava ok. E pensei: "não sei". Que horror! Aí me toquei que estava lendo poquíssimo, a não ser revistas... mas literatura mesmo, necas. Comecei a ler um livro sobre Marilyn Monroe há uns dois meses atrás e parei.
Os livros fazem a gente viajar. O que mais me pegou e que me fez embarcar na vida foi a série infantil da alemã Angela Sommer Boldenburg "O pequeno vampiro". Desde pequena que eu sou fascinada por vampiros. E os livros dessa coleção me marcaram como nenhum outro! Mesmo depois de ter lido vários livros na vida adulta. Eu ia muito com meu pai na Malasartes, no Shoping da Gávea. Era uma época muito boa...
Changing the subject
Estou com um grau de astigmatismo e adorei que poderei comprar armações lindas de óculos!
Só de escrever um pouco aqui meu tédio já está mais brando. Mas ainda preciso voltar a ler mais para me alimentar de outras histórias!
Possíveis próximos temas para este Barato:
A morte nos desenhos infantis: a mãe de Bambi, a mãe do Nemo, o pai de Simba, a aranha Charlotte, entre outros.
Óculos de grau: ele faz algumas se sentirem nerds, mas eu prefito encarnar minha porção jornalista (loira) gostosa ou a professora sadomasô de chicote em punho! Humpf! Como me sinto sexy de óculos!
Boobs: nos Eua só entra quem peito grande. Mas no Brasil as mulheres tem peitchucos e os homens A-DO-RAM!
Kits de bolsa: nessesaires, caderninhos, perfume, estojo, make-up, remedinhos e outras cocitas que nos fazem andar por aí mais felizes e seguras.
beijos e saudades dos recados dos queridos por aqui!
sexta-feira, julho 04, 2008
Livro lançado na Inglaterra mostra
que desde a Antiguidade as loiras
fascinam os homens e estão sempre
perto dos poderosos e dos escândalos
Silvana Mautone - Veja Online
Algumas das melhores cabeças científicas do mundo conspiram para que todas as mulheres possam ser loiras autênticas. A indústria de cosmético gasta com pesquisas sobre colorantes e descolorantes de cabelo mais do que os laboratórios farmacêuticos na busca da cura de muitas doenças. Mas nem sempre foi assim. Um estudo histórico feito pela inglesa Joanna Pitman e transformado no livro On Blondes (Sobre as Loiras), que acaba de ser publicado na Inglaterra, mostra que no decorrer dos séculos as mulheres se valeram de todos os artifícios à disposição para clarear os cabelos, alguns pouco nobres, como o esterco de pombo. Joanna Pitman capturou uma tendência comum em diversos períodos históricos de como as sociedades enxergam as loiras. "As loiras sempre foram vistas como criaturas ao mesmo tempo inocentes, poderosas e produtos de uma intrigante combinação de fantasia sexual e imagem angelical", diz Pitman. Na Idade Média, na Europa, as mulheres loiras simbolizavam a tentação em pessoa. No meio do século XIV, Eva aparecia de cabelos claros na arte cristã. O mesmo ocorreu com Maria Madalena. No fim da Idade Média, foi a vez de a Virgem Maria aparecer sem véu e de cabelos claros. Nessa época, a conotação dos cachos reluzentes nada tinha a ver com sexualidade e tentação, mas, sim, com a pureza inquestionável do ouro.
Nada mais distante dos estereótipos modernos transformados em piadas da "loira burra", só menos abundantes que as de advogado. Mais de 500.000 sites na internet são dedicados a reproduzir piadas sobre loiras – contra apenas 1.300 sobre as morenas e somente 44 que fazem troça das ruivas. Uma clássica: "O que é uma loira entre duas morenas? Bloqueio mental". As loiras são assim mesmo, superlativas. Desde a deusa grega Afrodite, confirma a pesquisa da inglesa Pitman, as loiras, falsas ou legítimas, estão sempre perto do poder e é mais freqüente encontrá-las metidas em eventos históricos, especialmente os violentos e escandalosos, do que as morenas. A grande exceção a confirmar a regra é Cleópatra, a rainha egípcia que conquistou o coração do imperador Júlio César e, depois de sua morte, do poderoso tribuno Marco Antônio. Pitman lembra que mesmo heroínas históricas morenas vão se tornando loiras à medida que sua lenda se perpetua na história. Cleópatra apareceu de cabelos claros em diversos livros e pinturas. As mulheres em geral não querem esperar muito tempo. Segundo uma pesquisa citada por Pitman, apenas uma em vinte mulheres americanas é naturalmente loira. "Mas nas ruas a contagem é diferente, pois uma em cada três americanas adultas tem cabelos loiros", revela a autora, ela própria uma das "falsas".
Como não escreveu um livro para atacar a reputação das mulheres que preferem ter cabelos dourados, Pitman procura sempre vê-las sob uma luz favorável. Não é difícil. "Ser loira não é apenas ter essa cor de cabelo, é um estado de espírito", diz Donatella Versace, a italiana herdeira da marca famosa que talvez dispute com Madonna o posto de celebridade mais loira da atualidade. O impacto de On Blondes foi tanto que a National Portrait Gallery e a Getty Images Gallery, ambas em Londres, lançaram exposições sobre o poder de beldades como Marilyn Monroe, Grace Kelly, Twiggy, Diana e Madonna. "Não consigo mais viver sem ser loira", disse a falsa loira Joanna a VEJA. Marilyn, a deslumbrante loira falsa de Hollywood, foi a primeira a ganhar o título de deusa incontestável em escala mundial. Também foi a que inaugurou a classificação de loira avoada. Nos anos 50, a indústria cinematográfica americana buscava uma diva que afagasse a insatisfação dos soldados americanos que voltavam para casa depois de combater na II Guerra Mundial e encontravam um país com mulheres mais confiantes e independentes. Com o retorno dos chefes de família, muitas mulheres não aceitavam a tarefa de apenas pilotar o fogão. Os chefões de Hollywood tiveram uma idéia brilhante, que se tornou também uma mina de dinheiro: as mulheres bem-sucedidas e autoconfiantes tornaram-se raras nas telas de cinema e a figura da estonteante e loiríssima Marilyn, que além de sexy era submissa, ganhou espaço.
O loiro não foi associado apenas à sedução e à pureza, mas também ao poder. Como nota Pitman, a inglesa Margaret Thatcher, que tem os cabelos originalmente castanhos, passou a clareá-los ao assumir o cargo de primeira-ministra. A senadora americana Hillary Clinton deixou para trás os cabelos castanhos durante a disputa eleitoral que levou seu marido, Bill Clinton, pela primeira vez à Casa Branca. O tingimento causou bom impacto, foi elogiado – mas não a livrou das traições do marido com a morena Monica Lewinsky. Madonna, a musa pop do século XX, teve melhor sorte. De acordo com Joanna Pitman, ela estourou no mundo dos espetáculos quando decidiu deixar para trás a naturalidade de seus cabelos escuros. O álbum True Blue, de 1986, vendeu 20 milhões de cópias, quatro vezes mais que o disco anterior. Por mais que a camaleoa Madonna viva se reinventando, inclusive alternando radicalmente o visual de seus cabelos, Joanna Pitman lembra que ela sempre volta a ser loira. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, a cantora abriu o jogo: "Ser loira é definitivamente um jeito de ser".
As pesquisas afirmam que as loiras e os loiros de verdade estão se tornando um grupo cada vez menor no estoque de tipos da humanidade. Os cabelos claros são resultado de genes recessivos. Com a globalização e as grandes levas migratórias, a quantidade de casamentos inter-raciais não pára de crescer. Por isso, o número de loiras de verdade tende a diminuir dramaticamente nas próximas gerações. Como se viu no livro da inglesa Pitman, a genética não vai ser obstáculo para que nas ruas o número de mulheres loiras aumente cada vez mais.
terça-feira, julho 01, 2008
As loiras tem a luz e as morenas tem seu mistério. Mas tendo a pensar que as que um dia ficaram muito bem de madeixas claras (o que acontece pouco, dependendo da cor da pele) não ficam tão bem quando estão morenas. Não sei se as leitoras vão concordar, mas acho que as que são morenas legítimas tipo Penelope Cruz é que são as que se saem melhor em comparação às que um dia foram solares e resolvem escurecer a juba. Confiram alguns exemplos abaixo. Vem aí em próximo post: o poder das loiras.