sexta-feira, maio 23, 2008





22/5/2008 01:03:00

Confira a crítica do musical 'A Noviça Rebelde'

Clássico da Broadway, espetáculo reinaugura o Teatro Oi Casa Grande, no Leblon

André Gomes


Foto Divulgação








Rio - Terça-feira, inauguração do Teatro Oi Casa Grande, pré-estréia de ‘A Noviça Rebelde’. Na platéia, uma menina de quatro anos cantarola os versos das canções.

É a prova de que o musical de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein não envelheceu. Segue intacto na memória de pais que o apresentam aos filhos na versão cinematográfica de 1965. A que vemos na montagem brasileira que estréia hoje para público é fiel ao original da Broadway, de 1959.

Dirigida por Charles Möeller com letras traduzidas por Claudio Botelho, nossa noviça tem o frescor, portanto, de apresentar canções e situações que não entraram no filme. Tudo emoldurado pelos cenários magníficos de Rogério Falcão, que recriam as montanhas austríacas, a propriedade dos Von Trapp e a igreja de onde Maria parte para cuidar dos sete filhos do capitão. Möeller e Botelho embarcaram na aventura de encenar o mais popular musical de todos os tempos cientes dos desafios.

O obstáculo das traduções das canções foi superado com louvor: as versões de Botelho são fluentes e casam com a sonoridade das originais, que o digam ‘Do-Ré-Mi’ e ‘So Long, Adeus’. A cantá-las, o carismático elenco infantil é um dos trunfos do musical. A caçula, Thayani Campos, rouba todas as cenas e Hugo Carvalho (igual ao Harry Potter) faz um Kurt impagável.

A dupla acertou ao escalar Kiara Sasso como protagonista. Sua voz, impecável, segura a missão de estar presente em quase todas as músicas. Mirna Rubim, como a madre superiora, tem performance vocal arrebatadora em números como ‘Sobe a Montanha’ (‘Climb Ev’ry Mountain’). Herson Capri, por sua vez, está ótimo na sisuda figura do Capitão que com o tempo deixa o coração amolecer, mas sua limitação vocal é um revés.

As figuras do excêntrico Max e da baronesa são responsáveis por cenas divertinas, graças à sintonia entre Solange Badim e Fernando Eiras. Bruno Miguel, como Rolf, brilha em ‘Dezesseis e Dezessete’. Os figurinos de Rita Murtinho vestem os personagem com adequação e a luz de Paulo César Medeiros é elegante.

A montagem só tem a crescer com a temporada — entre as conquistas, um pouco mais de emoção aliada à já elogiada técnica seria desejável. Programa indicado à toda a família, esta montagem de ‘A Noviça Rebelde’ é a prova irrefutável da excelência alcançada por nossas produções no gênero.

Jornal O Dia

2 comentários:

clabrazil disse...

Ai, que emoção!

Que orgulho. Que tudo!
Parabéns, Ju!
Espero ainda te ver no palco um dia.
Beijos,
Cla

Le disse...

Parabens!