segunda-feira, setembro 22, 2008

O DEFINITIVO

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Tenho medo do que é definitivo. Um bom exemplo é que quero me casar mas não sei se quero pra sempre. E isso não tem a ver com gostar menos do pretendente em questão, na verdade é medo do desconhecido. A vida muda, e eu não sei como é dividir uma casa com meu namorado. Não sei se gosto disso ou se não gosto. Mas incomoda esse "não sei".

Continuando minha filosofia interna: como posso saber se vou querer estar morando com alguém pra sempre? Estar com alguém pra sempre, ao longo da vida, me parece bem bom. Mas assim... usando o mesmo banheiro e acordando todos os dias...??? Não sei (carinha de dúvida) ...

Eu sei que quero me emancipar mas essa questão vem sempre acompanhada da pergunta "casar ou não casar". Sim, eu me adianto muito no tempo, meu namorado nem se esquenta e nem pensa nisso. É um pouco mais novo e está em outro momento. Mas como penso em sair da casa de meus pais eu penso nisso sempre com uma espécie de settinha apontando pra essa parte- se vou morar junto com o boy ou não, se vou casar com pompa e circunstância ou se
seremos um casal moderninho que cada um mora na sua. Não descarto. Acho que vale o molde que for desde que estejamos felizes. O fato é que tenho medo que aquelas pequenezas, de contas, pia com louça, banheiro com roupa no chão, acabem por minar meu romance.

Mas está no inconsciente coletivo feminino essa questão "casar ou não casar" muito mais do que to be or not be. Dessa do Shakespeare eu já passei porque já tenho uma boa definição pessoal de quem sou, dos meus princípios, e de como me sinto, que é relativamente estável, de modo que já fico tranquila de saber quem eu sou e isso leva à uma outra setinha para o que eu quero. Isso não tira meu sono. Deixa eu explicar, sei o suficiente sobre mim para uma mulher de 30 anos, mas tenho lá meu receios. Você deve estar pensando: "nem se esquenta, se ele ainda não pensa nisso.." Mais eu penso uai!

Me pego pensando que situações muito definitivas me incomodam. Acho que o que deve haver de mais defnitivo na vida de uma mulher é um filho. E esse capítulo também está em aberto em minha vida, embora eu já saiba que se isso se der vai ser daqui a uns dez anos, porque a conquista de minha estabilidade profissional e financeira está na frente.

Acho que o fator "filho" é mais definitivo mesmo. Casamento tem esse peso mas todo mundo sabe que se não tá feliz... separa...

E filho é definitivo desde a hora em nasce, porque com ele nasce em você uma mãe que nunca existiu e a partir dali você será mãe pra sempre, nasce também um pai, avós, tios.

O casamento, não é possível decretar que será definitivo. É que nem o homem da vida da gente. Você não determina que ele é ou não. Claro que as mulheres têm parâmetros diferentes do como se relaciona com ela e como vai ser o homem da vida. Pra mim aquelas paixões arrabatadoras são o de menos. Em geral nos tiram do prumo e nos fazem sofrer.

Acho que o homem da vida vai aos poucos ocupando o lugar de "o homem da vida". Ele simplesmente está lá sempre com você e você o ama, sente prazer, se sente cuidada e acolhida.
O homem da vida também compartilha e vibra com suas escolhas. Bate palmas pra você e compreende quem você é e ama quem você é. O meu homem da vida ajuda e se responsabiliza por seus compromissos com você e com a própria vida. O homem da vida ou ganha dinheiro ou corre atrás de ganhar, pra vida se definir mesmo que não seja definitiva.

Tenho medo do que é definitivo... Ao escolher a figura pra ilustrar o texto eu escolhi essa caveira colorida, eu não sabia o que ela significava, mas fui procurar. Ela é um símbolo que representa o dia dos mortos na Espanha. Eu fiquei quebrando a cabeça pra pensar em coisas definitivas e s[oe veio "filhos" e "tatuagem".

Mas ainda mais definitiva que tudo é a morte e talvez por isso eu tenha demorado a pensar nessa parte. Falo melhor disso em outro momento.

2 comentários:

Cris Medeiros disse...

Sem dúvida a coisa que mais me soa como definitivo é filho, nem tatuagem parece, porque já temos o laser para tirá-la. Mas não podemos "deixar de ter" um filho, depois de tido é pra sempre.

Casamento? Ahhhh esse é que não é pra sempre mesmo... eheheh

Beijos

Laura von Eiche disse...

Não use o casamento como uma ponte para sair da casa de seus pais. Eu me casei logo após a faculdade e agora, oito anos depois estou vivendo uma crise enorme em meu relacionamento e acho que muito se deve ao fato de eu não ter sido nunca independente, tudo bem, morei sozinha na éoca da facul mas bancada por meus pais. E com independência não me refiro apenas à financeira, pelo menos a mim me fez falta estar sozinha no mundo por um tempo, não poder contar com ninguém para assim resolver sozinha meus problemas. E eu também sou do tipo que detesta coisas definitivas e comprei agora uma casa com meu marido! isso é grave!
Adorei o Blog.
bj