quinta-feira, abril 17, 2008

PIN ME UP!

Glamorous, 1939


No final do século 19, o teatro de revista vivia o seu auge e transformou dançarinas em estrelas, fotografadas para revistas, anúncios, cartões e maços de cigarros, mas foi somente na década de 40 que começaram a dominar não apenas a imaginação dos homens, mas também as portas dos armários e as paredes dos quartos de milheres de admiradores dessa nova onda de "sexualidade permitida".


Foi justamente esta a origem do nomo pin-up: o ato de pendurar as ilustrações em algum lugar. Mas há quem diga que há um trocadilho com a ereção masculina também.

Tanto que na Segunda Guerra Mundial eram carinhosamente chamadas de "a arma secreta", usadas para acalmar os anseios dos pracinhas nas frentes de batalha. Numa época em que mostrar as pernas era atitude subversiva, fotografias de mulheres nuas poderiam significar atentado ao pudor.

O jeito de satisfazer a solidão dos soldados e a curiosidade dos adolescentes era fabricar modelos de lápis e tinta, que reproduziam o padrão de beleza comsiderado ideal: seios fartos, pernas grossas, cinturinha de pilão.


December, 1943


Depois, com os avanços do cinema o termo pin-up acabaria se difundindo e transformando, passo a passo o que viria a ser em nossos dias, a grande indústria do sexo.


Desenhadas e fotografadas, as garotas invadiram o planeta com suas poses sensuais, porém, sem vulgaridade. Com formas generosas, elas não enfrentavam as presões da magreza nem a conseqüente anorexia. Elegantes, elas ocupavam seus espaços numa linhas entre o ingênuo e o diabólico, trajando duas peças, meias-calça e corpetes com decotes enormes.


O conceito clássico de uma pin-up é ser sexy e ao mesmo tempo inocente, estar vestida, mas em alguma posição ou situação que revele sensualmente partes do corpo, sem querer, por acaso.

Só isso já era suficiente para alimentar fantasia masculina. Uma verdadeira pin-up jamais pode ser vulgar ou oferecida, pode somente ser comvidativa.Nos anos 70, com a banalização do nu em revistas e filmes pornográficos, as meninas de papel perderam a força. Foram substituídas por mulheres de carne e osso. Mas desde o final da década de 90, as pin-ups voltaram a mexer com a libido masculina por resgatarem um importante elemento do fetiche: o mistério. Musas de várias gerações, as pin-ups ainda hoje são cultuadas por adoradores do estilo, além, é claro, de serem muitas vezes imitadas, afinal seão sempre uma ótima referência no mundo da moda, no cinema, nos traços, nos trejeitos e em tudo que diz respeito à sensualidade.

A musa loura ( Marylin Monroe) perdia em popularidade para a ruiva Rita Hayworth, a número dois na lista da preferência dos soldados da Segunda Guerra. Uma foto da eterna Gilda vestida com camisola transparente foi transformada em desenho e invadiu os acampamentos.

Nem Marilyn nem Hayworth, porém, conseguiram desbancar a lendária Betty Grable, a mulher que colocou suas pernas no seguro no valor de US$ 1 milhão. Ela foi a pin-up mais famosa da história posando de maiô com um sorriso convidativo, transformou-se na amante imaginária predileta dos soldados. Betty também foi atriz e chegou a protagonizar, em 1944, um filme chamado Pin-up Girl, na qual interpretava uma dançarina. O sucesso dos cartões e calendários estimulou editores a lançar revistas especializadas, as chamadas "girlie marazines". Publicações como "Esquire", "Yank", "Wink", "Beauty Parade", "Whisper" e "Eyful" exibiam pin-ups vestidas de coristas, marinheiras, enfermeiras e outros uniformes-fetiches, sejam desenhadas ou fotografadas . Embora as mais célebres sejam as garotas de papel, alguns fotógrafos dispensavam os retoques da pintura e publicavam suas pin-ups em carne e osso.

Eu gosto de quase todos os ilustradores, mas os prediletos são Gil Elvgreen (Eua), Alberto Vargas (Peru) e Billy Devors.

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