terça-feira, setembro 02, 2008




A passagem do tempo está melhorando sensivelmente a compreensão de quem sou, do que quero ser mais, menos, do que posso fazer pra ser mais feliz.

Acho que nessa caminhada os amigos e amigas sempre foram fundamentais, pois foram eles que sempre reforçaram e espelharam o que de melhor eu tinha (tenho) pra oferecer ao mundo, à eles e também a mim mesma.

A mão forte do meu pai, não a força da autoridade, nem da rigidez, mas a força dele ser quem ele é, sempre me impulsionou pelo exemplo de despojamento, verdade, coragem e amor. Meu pai é sempre meio à frente de seu tempo... pensa a China, a tecnologia, as relações com o mundo, o homem, a direção dos homens no mundo, a política e a filosofia.

Além disso ele é jovem e é um homem muito bonito. Preciso tirar mais fotos dele. Se ele ler este texto ele vai se achar. Ele é vaidoso e banca seus devaneios e de certa forma os meus. Ele e minha mãe são um casal muito afinado e bacana.

Minha mãe e meu pai são modernos e divertidos. Acho que sou quem sou muito por eles. Pelo que vi, pelo que ouvi, pela coragem de um aqui e pela exposição de sentimentos do outro acolá. Os dois muito seguros do que pensam. Do que é sim, do que é não é não, e porque.

Eu sou uma mistura interessante de minha mãe e meu pai e de mim mesma com todas que habitam meu ser.

Eu sou extravagante nata, quero o que eu quero, já chorei, já me rasguei, sofri muito. Corri atrás do nada, que antes pra mim era tudo, mas não me arrependo. Esse calo me dói aqui e ali mas toda vez que me acho linda passa. Toda vez que penso que fui rejeitada, penso sempre que deve ter sido um equívoco alheio, uma falta de amor alheia de quem não podia se amar e me dar mais amor de volta.

E muito pra mim é pouco, como diria Maria Rita...eu gosto de braçada de rosas e de arroubos mesmo. Todos os arroubos que o meu cavanhaque me dá, sem titubear, sem negociações pequenas de trocas mesquinhas...

Eu sou mulher que chora se olhando no espelho se amando. Sou mulher que não pensa em não ir quando já foi e já está.

Prefiro chorar de unhas vermelhas e olhar pros meus sapatos lindos. Gosto de deitar no peito dele sem questionar "porquês" e se eu sentir medo porque algum dia um outro não me deixou fazer isso, ele me puxa e fala "vem aqui...deita aqui..."

Gosto que eu sou loira e por ser loira ser luz. Gosto dele gostar de eu ser luz e de ser uma luz que ilumina o olhar dele, toda loira.

Gosto dele gostar que minha luz fica cada dia mais forte conforme o tempo passa e que abraçada nele, loira, eu me sinto tão segura que engulo o sol que aquece a gente na caminha de manhã.

Gosto de conversar com ele sobre o senti, do que superei, gosto de falar dos ex, das angústias que tive, dos medos, das inseguranças... outro dia falando sobre isso e questionando se eu devia falar sobre essas coisas pra ele ele me disse calmamente:

"Pode falar sobre o que você quiser, só eu te entendo".

Somos muito fiéis um ao outro, mas não seguimos padrões do que pode ou não ser dito. Eu digo tudo que eu sinto, pro bem e pro mal, mas ele é minha paixão e o que importa e que no fim ele me pega, cuida de mim e admira toda a minha luz, minha sombra, minha tosquice, minha barriguinha, minha beleza, meu choro, minhas chatices e minha espontaneidade. Ele sempre reforça que ama minha espontaneidade e que essa coisa sendo um olho verde, com um cabelo loiro é bela e boa e macia...

Minha paixão me ama enfim.

Agora vou dormir, o tempo passa e passa bem. De forma sólida e bem preenchida. De forma quente que nem o sol, de forma viva e verdadeira com uma força loira da luz do sol.

Um comentário:

Papu Morgado disse...

Beautiful text! Love the way u think! kisses